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O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0-2 ANOS: UM DIÁLOGO ENTRE A TEORIA DE PIAGET E A GESTALT-TERAPIA

Milena da Costa Marques Cabral
Carlene Maria Dias Tenório

(...) uma criança com mais de um ano conhece a mãe, seu corpo, seus brinquedos, seu berço, seu quarto, e a disposição dos cômodos de sua casa. Como “conhece” essas coisas? Conhece-as através de ação externa coordenada e adaptativa, não por uma cognição teórica, reflexiva. A criança pequena não separa, como nós fazemos, pensamento de ação externa; ela “pensa” em ação externa. Sua lógica é uma lógica ativa, da mesma forma que sua inteligência é uma inteligência prática, sensório-motora.

(Hans G. Furth, Piaget na sala de aula).

Devemos olhar a criança como uma gestalt neuropsicomotora em desenvolvimento que irá seguir uma via de diferenciação única e individual.

(Sheila Antony, A criança em desenvolvimento no mundo: um olhar gestáltico).


Resumo

Este trabalho tem como objetivo descrever e correlacionar às idéias de Jean Piaget e de pressupostos teóricos da Gestalt-terapia, referente ao desenvolvimento da criança de 0-2 anos. Para isso, inicialmente, é apresentada a teoria de Piaget relativa ao período sensório-motor do desenvolvimento da criança. Em seguida, a partir das idéias de autores da GT serão feitas reflexões sobre como a criança se desenvolve, estabelecendo um diálogo entre essas duas teorias. Piaget com seu estudo sobre a epistemologia genética e o desenvolvimento da inteligência descreve esse período como o início da conquista psíquica, no qual se organizará a inteligência senso-motora. Segundo a Gestalt-terapia (GT) os dois primeiros anos de vida são fundamentais para um desenvolvimento saudável do self, nesta fase se a criança não fizer contato com o mundo de forma a diferenciar o eu do não-eu, há grandes possibilidades de desenvolver patologias ou bloqueios de contato.
Palavras-chave: Desenvolvimento, Piaget, Gestalt-terapia (GT).

Introdução
 Jean Piaget estudou a equilibração psíquica, descrevendo que o desenvolvimento se apresenta constante por toda a vida e que a forma de refletir e agir no mundo apresenta diferenças ao longo do crescimento, por exemplo, a maneira que uma criança de dois anos representa o mundo é diferente de um adulto, possuindo assim características específicas de acordo com o grau de desenvolvimento cognitivo. Piaget dividiu em seis estágios, entre a idade do recém-nascido e a adolescência. Sendo que os três primeiros estágios correspondem ao período sensório-motor, entre 0-2 anos, que diz respeito aos primeiros reflexos, hábitos motores, percepções organizadas e a inteligência sensório-motora.

A GT estuda o homem na sua totalidade, cujas partes influenciam o todo, e o todo influenciam as partes, desse modo as funções cognitivas são partes desse todo. Mesmo que a GT não tenha uma teoria específica de desenvolvimento humano, através de seus conceitos e pressupostos teóricos é possível elaborar uma compreensão sobre o processo evolutivo da pessoa ao longo da sua existência, que podem ser correlacionadas a teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

O artigo pretende apresentar a teoria de Jean Piaget e pressupostos teóricos da GT. Enfocando o estágio de 0-2 anos da criança. Para isso, serão evidenciados os principais conceitos da teoria de Piaget, o período sensório-motor com suas mudanças cognitivas e afetivas, alguns princípios da GT, com estudos de autores desta abordagem sobre o ciclo do contato, o self e suas funções, que começam se manifestar nos primeiros anos de vida, a teoria de desenvolvimento de Perls sobre resistência dental e energia agressiva.

Integrar estas duas linhas teóricas pode-se perceber que a criança possui uma capacidade inata de auto-regulação e se desenvolve na interação com o ambiente. Sendo assim, conhecer estas teorias facilitará o entendimento da criança, no sentido de promover o desenvolvimento sensório-afetivo-motor-cognitivo e assim ajudando a formar um adulto mais saudável.

1 – Aspecto do desenvolvimento psíquico de 0-2 anos no enfoque de Piaget

Jean Piaget, sendo um epistemólogo genético, começou a estudar como o conhecimento vem a ser representado na mente, como ele se modifica e se desenvolve com o crescimento buscando o equilíbrio psíquico. Cita Piaget (1999, p.13):

(...) a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto. O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior.

Mayer (1977, p.214) especificou e explicou ás idéias fundamentais da teoria de Piaget na busca do equilíbrio e do desenvolvimento humano, relatando que:
Baseia-se na vida - a acumulação de modos cada vez melhores de representar a realidade realiza-se para nos ajudar a sobreviver e conviver com nosso ambiente.
O conhecimento é antes mediato que imediato – nossa visão da realidade não é registrada passivamente, mas ativamente construída por relacionarmos continuamente as novas informações com o conhecimento existente.
A motivação para o crescimento cognitivo é intrínseca - os seres vivos naturalmente procuram informações que são ligeiramente mais complexas do que seu conhecimento existente.

É dialética - há uma contínua interação e desejo de ser um bem organizado banco de conhecimento (acomodação) e a necessidade de mais informação (assimilação) que está continuamente quebrando as organizações e evocando organizações ligeiramente mais sofisticadas.

Piaget (1999) conceituou a organização progressiva, na busca da equilibração psíquica de funcionamento constante ou estruturas invariáveis, onde existem funções constantes e comuns a todas as idades, considerando as motivações gerais da conduta e do pensamento. E estruturas variáveis os interesses que variam de acordo com o grau do desenvolvimento cognitivo entre a idade lactante e a adolescência, onde o ser humano desenvolve níveis de inteligência que definem as formas ou estados sucessivos de equilibração na organização mental. Tais níveis de inteligência provocam diferentes reações nos aspectos motor, cognitivo e afetivo, e também nas dimensões individuais e sociais (interindividual).

Para explicar melhor a construção dos primeiros atos cognitivos Piaget (1999) mencionou os movimentos de reações circulares, iniciando com a reação primária, e que depois aparecem as demais reações que agrupam novas percepções, constituindo uma totalidade cada vez mais ampla e organizada. De acordo com a ordem de crescimento dos estágios vão melhorando a estrutura de conhecimento e as operações. A assimilação do conhecimento vai acomodando novas aprendizagens, como também as acomodações existentes facilitam a assimilação de novos conhecimentos, no processo de regulação do organismo ou equilibração. Para Goulart (2009, p.18): “A assimilação então é a incorporação de um novo objeto ou idéia ao que já é conhecido, ou seja, ao esquema que a criança já possui. A acomodação, por sua vez, implica na transformação que o organismo sofre para poder lidar com o ambiente”. No processo de assimilação e acomodação, a desequilibração acontece quando aparece uma nova necessidade, e quando a ação da necessidade, que pode ser interior ou exterior, se efetua, surge o reajustamento, a nova organização mental, ocorrendo assim sucessivamente à adaptação ao equilíbrio da assimilação e acomodação.

É assim que nas “reações circulares” o bebê não se contenta mais apenas em reproduzir os movimentos e gestos que conduziram a um efeito interessante, mas o varia intencionalmente para estudar os resultados destas variações, entregando-se a verdadeiras explorações ou “experiências para vê”. (Piaget, 1999, p.19).

Segue explicando Piaget (1999) que desde o princípio a criança exerce controle sobre a obtenção e organização de sua experiência do mundo exterior. Nas primeiras ações, inicialmente como forma de explorar o mundo, vão se integrando em esquemas psíquicos, esse esquema é uma ação que apresenta uma organização e aborda da realidade, por exemplo, o esquema de sucção. As estruturas psicológicas se desenvolvem gradualmente com o aparecimento de vários esquemas integrados, que vão sendo quebrados na interação com os estímulos do ambiente e com o desenvolvimento orgânico da criança, impondo mudanças aos velhos esquemas, no processo de interação da pessoa com o ambiente.

Uma estrutura é um sistema de transformação, que comporta leis ou propriedades de totalidade (por oposição as propriedades dos elementos), e que se conserva ou se enriquece pelo próprio jogo de suas transformações, sem que estas conduzam para fora de suas fronteiras ou façam apelo a elementos exteriores. Uma estrutura compreende características de totalidade, de transformação e auto-regulação. (Piaget, 1970, citado por Goulart, 2009, p.16).

Através das anotações sobre os comportamentos das suas três filhas em várias situações, Piaget (1999) desenvolveu as etapas de adaptação da aprendizagem do recém-nascido até a fase da adolescência, em seis estágios de idade, as quais tiveram como base para serem elaborados dois aspectos cognitivos: a estrutura variável, como a criança representa o mundo e faz suas operações; e a estrutura invariável, como a criança pode atuar sobre essa representação, na busca da equilibração. São eles:

1º. O estágio dos reflexos, ou mecanismos hereditários, assim como também das primeiras tendências instintivas (nutrições) e das primeiras emoções. 2º. O estágio dos primeiros hábitos motores e das primeiras percepções organizadas, como também dos primeiros sentimentos diferenciados. 3º. O estágio da inteligência senso-motora ou prática (anterior à linguagem), das regulações afetivas elementares e das primeiras fixações exteriores da afetividade. Estes três primeiros estágios constituem o período da lactância (até por volta de um ano e meio a dois anos, isto é, anterior ao desenvolvimento da linguagem e do pensamento). 4º. O estágio da inteligência intuitiva, dos sentimentos interindividuais espontâneos e das relações sociais de submissão ao adulto (de dois a sete anos, ou segunda parte da primeira infância). 5º. O estágio das operações intelectuais concretas (começo da lógica) e dos sentimentos morais e sociais de cooperação (de sete a onze-doze anos). 6º. O estágio das operações intelectuais abstratas, da formação da personalidade e da inserção afetiva e intelectual na sociedade dos adultos (adolescência). (p.15).

É na fase sensório-motora que se organiza a inteligência prática e termina com o aparecimento da linguagem. Esta fase corresponde aos três primeiros estágios.

O primeiro estágio correlacionado ao primeiro mês de vida se restringe às coordenações sensoriais e motoras de fundo instintivo, ligados à alimentação, sendo que só depois das duas primeiras semanas é que as assimilações mentais surgem nos primeiros reflexos, como por exemplo: o sugar (sendo um reflexo) depois das duas primeiras semanas o bebê aprende melhor e generaliza este reflexo para outras situações, suga qualquer objeto perto (o dedo, a chupeta, etc.) e termina coordenando outros movimentos a este ato, como os movimentos dos braços. No fim deste estágio há uma maior integração dos reflexos, as percepções vão ficando mais organizadas. A afetividade aparece nos reflexos afetivos, surgindo às emoções primárias. E ainda nesta fase percebe a incapacidade de diferenciação entre eu e o mundo, que Piaget denominou de dualismo inicial, em que o bebê alterna momentos de tensão e relaxação à procura dos estímulos que o agradem, criticando a significação de Freud sobre o narcisismo, afirmando que se trata de um Narcisismo sem Narciso.

O segundo estágio, depois do 1º seguindo até 11º mês, é marcado pela formação dos hábitos motores novos, por exemplo, vira a cabeça em direção ao ruído, depois pega o que vê. Goulart (2009) menciona que no início, entre 1º ao 4º mês, repete um comportamento, mas não se afirma que seja um ato de inteligência, pois não se percebe uma finalidade, nem escolha de meios para atingir, as reações são circulares primárias; entre o 4º e 8º mês, coordena a visão e a preensão, começando as reações secundárias, balança o brinquedo para ouvir o seu som; e do 8º ao 11º mês, utiliza os meios emprestados que estão assimilados para atingir um efeito positivo que sofreu anteriormente, Goulart (2009, p.36), explicou que: “esta causalidade é chamada mágico-fenomenista; mágica porque está centrada na ação da própria criança, e fenomenista porque qualquer coisa é capaz de produzir qualquer efeito”. Neste estágio aparecem os sentimentos elementares ou afetos perceptivos ligados a própria atividade, exemplo: sentimento de prazer e dor, agradável e desagradável, sucesso e fracasso. Inicia o interesse pelo seu corpo, seus movimentos e resultado de sua ação.

O terceiro estágio, da inteligência prática, utiliza percepções e movimentos organizados em esquemas de ação. A inteligência senso-motora vai cada vez mais assimilando os objetos e as situações, repetindo e generalizando os esquemas de ações para situações novas. A criança começa a resolver alguns problemas tentando novos meios mais complexos para atingir suas metas, aparecendo o esquema do objeto permanente, por exemplo, mesmo que o objeto saia do campo de visão procura retirando objetos do lugar e explorando o espaço. Aparecem as primeiras frases de linguagem.

Piaget (1999) explica que nestes dois primeiros anos há uma revolução não só do objeto, a título prático ou de ação, mas também ocorre uma construção: do espaço (no início não é coordenado entre si, aparecem heterogêneos, centrado no corpo do bebê, o qual se organiza por volta do terceiro estágio, quando a criança começa a perceber deslocamentos e a construir objetos permanentes); da causalidade (no primeiro estágio é centrada na própria ação, depois está ligada a atividade que lhe chamou a atenção naquele momento, tendendo a generalizar, a usar a ação para outras coisas, a qual aparece isolada, egocêntrica, a partir do terceiro estágio é que procura diretamente os objetos) e do tempo (paralelo à causalidade).

Em se tratando da evolução afetiva, apesar de não ser o objeto específico de seu interesse, Piaget (1999) menciona que existe um paralelo entre a vida afetiva e a intelectual, que não há uma ação puramente intelectual ou afetiva, ambos caminham juntas. A criança no período-sensório motor está descobrindo junto com a parte cognitiva seu mundo afetivo. Goulart (2009) descreve que no final do 8º mês de vida, o bebê sabe identificar quem lhe é familiar, e por volta dos 11º mês à escolha pelos que cuidam delas ganham significado e percebe quando a pessoa do seu afeto se distancia da sua visão.

De acordo com Goulart (2009), Piaget distingue cinco condutas que aparecem mais ou menos simultaneamente: a imitação, jogo simbólico, desenho, imagem mental e linguagem. Consisti que as duas primeiras condutas citadas são observadas iniciando na fase sensório-motora, e vão se desenvolvendo nos outros períodos subseqüentes. Na imitação, no início aparece por assimilação automática (ex: uma criança chora, todos começam a chorar), depois reproduz por vontade própria (ex: bate em um tambor e continua a bater), para depois imitar gestos e ações apresentadas a ela e que sejam vista no próprio corpo (ex: faz o gesto de tchau imitando uma pessoa), e no final deste período começa a aparecer como representação em pensamento (ex: fingir dormir). O jogo simbólico (jogo de faz de conta ou jogo de ficção), no final desta fase apresenta como jogo exercício, repete pelo prazer, para fim de adaptação às atividades, (ex: dança quando escuta uma música).

2 – O desenvolvimento da criança de 0-2 anos no enfoque da Gestalt-terapia

Um dos pressupostos da GT é que tanto a criança como o adulto são motivados por um impulso de auto-realização, luta para satisfazer suas necessidades a partir da atualização de suas potencialidades em busca da regulação organísmica. Este organismo é um sistema que dispõe dos elementos que compõem a realidade interior e exterior do indivíduo. No campo organismo-ambiente, ocorre uma influência mútua e constante entre essas polaridades, o desenvolvimento da criança é uma função do campo como um todo. Tudo é considerado energia e movimento, estando em contínuo processo de evolução e transformação. Sendo assim, é preciso olhar a criança em sua totalidade.

No processo de auto-regulação a criança procura respeitar suas necessidades e se adaptar ao meio. Segundo Ribeiro (1985), no processo de organização perceptiva os elementos percebidos são organizados e combinados, tais como: semelhança, proximidade, continuidade, simetria. Desse modo a figura é o resultado da combinação desses elementos que emergem na consciência como um todo coerente e significativo. À medida que vão mudando as tarefas do organismo, surgem novas figuras, e quando este retorna a um estado normal, depois de passar por uma tensão maior, ocorre a equalização e a centragem do organismo. Este organismo para se adaptar e auto-realizar-se desenvolve ajustamento criativos. Desde bebê o homem é capaz de se auto-regular, agindo de forma que o satisfaça e quando as condições do meio estão além de sua capacidade de adaptação ou de ajustamento, o bebê poderá sofrer uma inadaptação e criar patologias.

A auto-regulação do organismo é apresentada na GT através do ciclo do contato, como explica Aguiar (2005, p.47):

Essa interação ininterrupta com o mundo, onde o homem singular revela, faz, desfaz e refaz seu projeto de ser é organizada pelo que Perls (1985) denominou de processo de auto-regulação organísmica, que visa alcançar sempre o melhor equilíbrio possível num determinado campo e que é representado pelo ciclo do contato ou ciclo da gestalt (Zinker, 1977; Ribeiro, 1997). (...) A partir disso, concluímos que o contato é central e vital para a vida do homem; ele envolve o homem como um todo e se dá sempre na fronteira entre o homem e o mundo.

O processo de contato revela os modos com que a pessoa se relaciona com o outro, assim como bloqueia sua interação de forma a evitar ou se proteger diante de situações de tensão que gera angústia e medo. O self se manifesta no contato ou em suas interrupções. Será adotado o modelo do ciclo do contato de Ribeiro que coloca o self no centro do círculo e explicita suas funções.

O ciclo do contato está explicado por Ribeiro (2007) da seguinte forma: a mudança é decorrência da consciência emocionada, é fruto da intra e interação dos sistemas (sensório, motor, cognitivo), que podem se combinar e formar diferentes tipos de comportamento e traços de personalidade. E estes sistemas se inter-relacionam diferentemente conforme os campos em que vivemos (campo geobiológico, campo socioambiental, campo psicoemocional e campo transcendental), segundo as funções do self (eu, id, personalidade), os bloqueios (fixação, dessensibilização, deflexão, introjeção, projeção, proflexão, retroflexão, egotismo, confluência) e níveis de contato (fluidez, sensação, consciência, mobilização, interação, contato final, satisfação, retirada).

Sobre o self, Ribeiro (2007, p.22) cita: “O self, um existencial, que é uma propriedade estrutural, inerente à essência da pessoa humana, e está, permanentemente, em dinâmica mudança pela configuração das variáveis (eu, id e personalidade) que interferem no seu movimento”.

Tenório (2003, p.22), cita Kohut (1977): “para este teórico, o self é um conceito psicológico de profundidade e designa o cerne da personalidade, que é constituída por vários elementos na interação com os primeiros self-objetos da criança.”

Perls, Hefferline e Goodman (1997) relatam que o self é o sistema de contato do campo organismo-meio. É a fronteira de contato em funcionamento. É a consciência que cada um tem de si mesmo, que se constrói e se desenvolve na relação com o outro, na fronteira do contato, que é exatamente o limite que diferencia o eu e o não-eu. E ao mesmo tempo em que permite esta diferenciação, também exalta que o sujeito precisa estar na relação para se perceber e tomar consciência de si. Então o self é exatamente esta noção, esta consciência de si mesmo que se dá na relação. Sendo assim, o self é relacional, é processual, pois na medida em que muda as relações, aparecendo experiências novas na fronteira do contato, se vive experiências diferentes, vai se mudando a noção de si mesmo, ou seja, a consciência de si mesmo e assim o self se modifica em cada situação conforme as possibilidades e as novidades emergentes no aqui-e-agora.

A partir dessa idéia pode-se dizer que a criança na relação aqui-e-agora vai identificando necessidades que a mobilizam para que procure satisfazer-se. Sendo assim, o que está sendo vivido emerge como figura e a partir e das experiências novas a criança vai construindo o seu self, o qual entre o período de 0-2 anos está sendo formado nessa troca entre suas experiências internas com o meio.

Tenório (2003) diz que o self é a consciência de si mesmo, que se desenvolve através das funções: id, ego e personalidade. Nas funções id e ego, essa consciência se dá de forma vivenciada no aqui-e-agora, na relação com o meio. Na função personalidade a consciência de si mesmo é representada, ou seja, a partir das experiências vivenciadas nas fronteiras de contato organismo-meio, é construída uma imagem ou representação de si mesmo. Portanto, a “função personalidade” é a integração e síntese de tudo que é vivenciado por uma pessoa, é responsável pela consciência representada que vai determinar e definir a personalidade, é a construção da imagem ou do conceito de si mesmo de forma organizada e coerente. Então uma imagem que a pessoa constrói de si é uma gestalt, pois é um todo, organizado, coerente e significativo.

A função personalidade resume uma série de características que além de serem escolhidas através dos contatos, são influenciadas e influenciam as vivências. E a pessoa tende a integrar determinadas vivências e experiências que são coerentes com a sua auto-imagem, e esta por sua vez influencia muito nas escolhas que o sujeito faz e a tendência é tentar preservá-la.

A criança de 0-2 anos não apresenta a “função personalidade”, pois sua consciência ainda não é reflexiva para formar uma imagem de si e o mundo está começando a ser descoberto através dos seus primeiros contatos na fronteira.

A “função id” é mais impulsiva, primária, busca satisfação imediata, se baseia muito na sensação, no sensório-motor, a consciência reflexiva não está ativada. O seu principal objetivo é a homeostase, processo que tende a diminuir a tensão, descarregando-a, ou seja, fazendo a equalização da tensão, para recuperar e manter o equilíbrio.

No organismo primitivo o bebê tem essa função de homeostase muito bem estabelecida, busca o equilíbrio, de descarga de tensão para manter o funcionamento do organismo no nível ideal, fazendo as centragens da tensão (da energia). O organismo começa a funcionar assim e segue por toda a vida, caso não sofra imposições externas, de um meio hostil.

Na criança com menos de um ano de vida, prevalece à “função id”, não discrimina o que é meu do que é do outro, a figura e o fundo não estão bem diferenciados, funciona bem automático, a fronteira não está delimitada.

A “função ego” do self é que faz a clareza do que é de si e o que é do outro, que possibilita a criança dar conta de atender as demandas internas, ao mesmo tempo sem abrir mão das externas, é saber quais são as possibilidades que se tem para satisfazer as reais necessidades e de que tipo de ação é mais adequado para uma circunstância, fazendo com que o sujeito faça e tenha escolhas mais responsáveis e adequadas para atuar no meio. Descrever um funcionamento adulto saudável é através de uma “função “ego desenvolvida, que corresponde a uma fronteira do self e a um eu bem delimitado e fortalecido.

À medida que a criança vai amadurecendo sua “função ego” vai se desenvolvendo, ampliando as funções abstratas, de aperfeiçoando do processo de auto-regulação, não estando mais funcionando de forma tão automática, de forma imediata, começando a capacidade de reflexão, elaboração, podendo fazer escolhas mais responsáveis. Esta função começa a se delinear no bebê a partir dos seis meses, quando já consegue sentar, ensaia engatinhar, mas ainda não consegue andar, pega nos brinquedos estica os bracinhos para pedir colo.

Para melhor entender a colocação do self no ciclo do contato, Ribeiro (2007, p.44) relata: “Colocado no centro do ciclo, é agente de contato, subjetivo e objetivo, produz e sofre contato e, neste sentido, é contato.”

Na criança de 0-2 anos as etapas do ciclo de contato que podem ser observadas são a confluência e a introjeção. A confluência: no início do desenvolvimento, é o processo que a realidade fora para a criança não existe, não diferenciando, nem discriminando o que é seu do que é do campo. Antony (2006, p.6) esclarece esta condição: “O bebê não sabe de sua existência psíquica. Tem uma vaga e rudimentar consciência de suas sensações e excitações corporais. As necessidades são confusamente percebidas como pertencentes a ambos os organismos”. A introjeção aparece no contato com o outro, que é a aceitação do que é percebido. É o processo primário da constituição do self, os introjetos da criança nos dois primeiros anos de vida são o alicerce do conhecimento sobre si mesma e o mundo. Tudo que é transmitido para o bebê é percebido por ele como verdade. È necessário que esta transmissão seja positiva, mas se o conteúdo do que for apreendido não suprir suas necessidades ou se não for estimulante, os introjetos tornam-se negativos, podendo iniciar os distúrbios emocionais.

Pode-se perceber também, utilizando o ciclo do contato que a criança de até dois anos, vivencia o processo de fluidez (processo que se refere à renovação dos movimentos e da localização temporal e espacial), começa os seus primeiros contatos com as pessoas próximas através do sistema sensório-motor. O processo de sensação, procura e sente novos estímulos, o bebê identifica as sensações corporais e vai ao encontro daqueles que lhe dão mais prazer. Apresenta o processo de mobilização, exigindo suas vontades e expressa seus sentimentos corporalmente, discriminando e fazendo escolhas, com o aparecimento do não, primeiro através do gesto e depois da palavra.

Desse modo, entende-se que a criança de 0-2 anos passa por um processo de formação do self de modo que começa confluindo, depois na fronteira do contato introjeta o que é percebido, através da fluidez com o meio. E quanto mais contato faz toma consciência do que é visto e sentido, e então se mobiliza de forma ativa, atuando no mundo, iniciando a formação do seu eu.

Perls, Hefferline e Goodman (1997, p.42), afirmam que “a experiência se dá na fronteira entre o organismo e seu ambiente, primordialmente a superfície da pele e os outros órgãos de resposta sensorial e motora”. O contato existe independente da consciência, pois viver é estar em contato sensório-motor em primeiro plano e a qualidade desse contato e a percepção das relações é que tornará a criança mais saudável e feliz. Citando Aguiar (2005, p. 77):

Como ela ainda não possui uma série de funções cognitivas mais complexas totalmente desenvolvidas, que permitam lidar com várias opções e possibilidades, ela precisa de noções claras, seguras e, na medida do possível, constantes a respeito do meio, das coisas, das pessoas e das suas possibilidade de inserção e interação no mundo. Essa apresentação do mundo, realizada de forma clara, objetiva e justa oferece-lhe a sensação de cuidado, de proteção e de segurança.

Sobre a fase antes do nascimento, o bebê precisa da mãe para nutrí-lo e esta relação tem um papel crucial no nascimento do bebê, pois eles se influenciam mutuamente, e mesmo antes de nascer à criança possui necessidade de auto-regulação por ser um processo biológico. Desde a gestação, e até mesmo antes, uma vida influencia o campo, devido a expectativa para a chegada do bebê. De acordo com Cardoso (1995, p. 88):

(...) os talentos, as capacidades e as habilidades apresentadas pelo recém-nascido começam a se desenvolver muito antes dele nascer. Existe um mundo rico em estímulos, e existe um ser em formação, mas já com especiais potencialidades, que se ampliam e se transformam a cada momento onde o feto, juntamente com a maturação biológica e a herança genética, adapta-se, reorganiza-se, vivendo já o processo de crescimento onde ocorrem sucessões de ajustamentos criativos, de uma maneira peculiar. (...) Estas vivências, ainda que eminentemente sensoriais, são apreendidas e registradas pelo feto, formando o pano de fundo para a estruturação da personalidade desse indivíduo.

Entre a fase pré-natal até os três primeiros anos de vida, Perls (2002) elaborou uma teoria do desenvolvimento mental, onde afirma que os processos de metabolismo físico são semelhantes ao do metabolismo mental, tendo como objetivo de orientar para a formação da personalidade, relatando sobre resistência dental e energia agressiva que impulsiona o ajustamento criativo e articula a criança para suprir suas necessidades no processo de contato.

A fome é a primeira necessidade básica do ser humano, que para Ignácio (1999), é através dela que o organismo se desenvolve. Explicando Perls (2002), a principal função do instinto de fome é a agressão que para ocorrer de forma saudável se faz necessário o desenvolvimento da agressão. Menciona Antony (2006, p.7 ): “Bebês que constantemente têm adiado a sua satisfação de fome, respondem organismicamente com irritação, podendo vir a se tornarem crianças choronas, agressivas, irritadas e com baixa tolerância à frustação”. Para Perls (2002) somente aprendendo a recorrer à suas ferramentas de morder, os dentes, a criança poderá superar seu subdesenvolvimento. E segue explicando 4 estágios no desenvolvimento do instinto de fome: pré-natal, pré-dental, incisivo e molar.

De acordo com o estudo das fases de desenvolvimento de Perls (2002), o self no estágio pré-natal não aparece, pois não interage com ninguém.

No estágio pré-dental “morder dependente”, geralmente até o 5º mês de vida, surgem as primeiras necessidades (o organismo aprende a respirar e a sugar o leite), iniciam-se as primeiras tentativas de contato com a realidade, explorando de forma sensorial, cuja a parte motora ainda não está controlada para agir sobre o meio de forma deliberada. Ignácio (1999, p.42) relata a passividade do bebê em relação a meio: “se o meio ambiente-família não exercer uma percepção adequada dessas diferentes necessidades, não produzindo um equilíbrio entre a falta versus preenchimento, entre necessidade e satisfação, a necessidade fica desorganizada e com deficiência na sua delineação”. O self está fluindo em sensações e se prepara para ir atrás das suas necessidades.

No estágio incisivo, geralmente entre o 6º a 12º mês de vida, aparecem os primeiros dentes. Nessa fase a criança apresenta o impulso de morder, e se o “morder” é inibido a criança desenvolverá menos a habilidade de enfrentar um objeto quando a situação exigir. Quando a criança desenvolve sua agressividade aprende a lidar melhor com as situações do mundo. A agressividade propicia o contato, a formação e destruição de figuras, a satisfação de necessidades e fechamento de gestalt. O self começa a ter consciência das necessidades mais emergentes, e começa a mobilizar para atendê-la, na interação organismo-ambiente, há uma consciência corporal-motora do campo organismo-ambiente. Portanto, a “função ego” começa a ser usada de forma deliberada e intencionada.

Já no estágio molar, 12º ao 36º mês, responsável pela mastigação (trituração) do alimento, quanto mais for triturado maior a possibilidade de ser digerido e assimilado adequadamente, pois a função do mastigar é evitar que a criança engula aquilo que não lhe serve, ou engulir inteiro o alimento, por isso é importante aumentar a possibilidade dela escolher o que quer ou não comer a partir do seu critério natural. Ignácio (1999, p.43) cita: “Tendo a criança sua necessidade mantida, ela se confirma enquanto um ser que é diferenciado do meio ambiente embora que ainda, apoiado pelo mesmo”. Nessa fase sabe que é diferente do outro, ampliando seu campo de contato experencial. Morde, mastiga, digeri e assimila o alimento físico e também o psicológico ingerido. Escolhe, se quer ou não. Interage com o meio e com outras crianças. A atividade está bem desenvolvida, adquire habilidade como linguagem, aprende a negociar, ceder e persistir, entre outros; apesar de ainda não conseguir explicar seus comportamentos nem se responsabilizar totalmente pelos seus atos. No estágio molar da criança, o self começa a funcionar cognitivamente, forma as representações e começa a se responsabilizar pelas escolhas, se preparando para fechar suas gestalts, agindo com consciência.

3 - Buscando um diálogo entre Piaget e a Gestalt-terapia

A teoria de Piaget e a GT mencionam o processo de interação organismo-ambiente onde o homem se desenvolve. A criança de 0-2 anos para suprir suas necessidades e se adaptar procura o equilíbrio organísmico em um processo de interação com o meio e de forma contínua, que para Piaget isto se dá na relação assimilação e acomodação dos acontecimentos e dos objetos, formando esquemas. A GT explica o equilíbrio do organismo-ambiente ocorrendo através do ajustamento criativo que se dá na fronteira do contato, dos processos de organização perceptual e equalização da tensão organísmica.

As reações sensório-motoras estão sempre circulando no aspecto contínuo de equilíbrio e superação das necessidades. Piaget relata em ordem crescente entre a fase de 0-2 anos, o ciclo primário, em seguida o ciclo de exercício na construção dos primeiros atos de inteligência. Gourlart (1983), no seu livro “PIAGET experiências básicas para utilização pelo professor”, cita nesta fase as reações circulares primária, seguindo a secundária, depois a terciária. Para Piaget, a afetividade e a ação intelectual caminham juntas, se desenvolvem ao mesmo tempo. A GT apresenta o ciclo do contato com várias etapas, que nesta faixa etária o contato ainda é feito de forma limitada, através da confluência e da introjeção, embora a fluidez, a sensação e a mobilização estejam bastantes presentes em um processo contínuo de desenvolvimento. E a afetividade se desenvolve no contato com o outro.

Piaget descreve em sua teoria as fases do desenvolvimento normal da criança, através da observação sistemática da sua interação com o meio. A GT observa o fenômeno, no aqui-e-agora, acontecendo no campo organismo-meio, partindo da idéia de que a relação na fronteira do contato influencia o desenvolvimento da criança, e entre 0-2 anos o self está em formação e é preciso olhar o outro na sua totalidade, pois a parte influencia o todo e vice-versa.

No desenvolvimento do instinto de fome, de Perls, na fase pré-natal existe a auto-regulação no processo biológico e a relação mãe e bebê se dá na nutrição. Enquanto Piaget não aborda esta fase antes do nascimento.

A inteligência de Piaget no primeiro estágio diz que o meio externo é captado de forma sensorial, as reações são primárias ou de reflexos, com um egocentrismo inconsciente e integral que denominou de dualismo inicial. Essa fase corresponde à “função id” do ciclo do contato da GT cujas reações são instintivas, o self apresenta sensações. Pode-se correlacionar ao estágio pré-dental, de Perls, do ‘morder dependente’.

O segundo estágio de Piaget o bebê inicia o interesse pelo corpo, movimentos e resultado da ação. A passagem para o terceiro estágio se dá no progresso entre a ausência inicial dos objetos substanciais para a permanência da presença dos objetos sólidos. No terceiro estágio, o da inteligência sensório-motora, aparecem os esquemas de objeto permanente, a organização e a construção de objeto, espaço, tempo e causalidade, objetiva os sentimentos, a relação com o outro fica mais exteriorizada, principalmente com a figura materna e paterna.

No segundo estágio e especialmente no terceiro estágio da teoria de Piaget, apresentam aspectos de funcionamento que corresponde à “função ego” do ciclo do contato. A criança começa a se mobilizar para atender as necessidades e fazer escolhas através da inteligência sensório-motora e do contato, e quanto mais desenvolve estas capacidades mais ativa a “função ego”. Nos estágios apresentados por Perls a “função ego” vai se correlacionar primeiro com o estágio incisivo (impulso de morder) que é o da consciência corporal motora no campo organismo-ambiente. Em seguida vem o estágio molar (trituração do alimento), surgindo à possibilidade de escolher a partir do próprio critério natural, interagindo com o meio e com outras crianças – é o começo da linguagem e de uma responsabilidade cognitiva.

Para Piaget a desequilibração acontece quando aparece uma nova necessidade e quando a ação desta vai acontecendo surge o reajustamento a nova organização mental. A GT elucida que quando a criança apresenta alguma dificuldade na fronteira do contato poderá haver uma desequilibração e alterar o desenvolvimento do self saudável.

Entende-se que os primeiros anos de vida a consciência é vivenciada, no aqui-e-agora, no momento da ação que é assimilada de forma senso-motor.

O período sensório-motor é marcado pelo início da fase pré-operatória, que depende do desenvolvimento das funções de representação, especificamente da linguagem. Para a GT o fim desta fase é caracterizado também pela iniciação da expressão lingüística de independência e liberdade, começam a aparecer as escolhas no uso do não e a individualidade na pronúncia do eu.

A teoria de Piaget ressalta que a criança está em contínuo desenvolvimento, através de estágios com características próprias de cada um deles. Sendo assim conhecer esta teoria facilita identificar o que se pode esperar da criança naquele momento do seu crescimento. Na GT ao estudar a criança na sua totalidade, compreende-se que ela é singular, criativa e se desenvolve no contato com o mundo e com o outro, e que este universo a influencia constantemente e vice-e-versa, o que gera incerteza e imprevisibilidade.

Considerações finais


A observação fenomenológica da ação da criança nos seus diversos ambientes e a entrevista com os pais (colhendo informações sobre suas primeiras reações, incluindo a resistência dental e situações agressivas, o contato dela com os outros e com ambiente, como está sendo organizado seu espaço, entre outros) fornecem informações muito importantes na compreensão da criança pequena, já que esta ainda não desenvolveu a narração através da fala.

É muito importante para os profissionais que trabalham com criança de 0-2 anos na Gestalt-terapia explicar aos pais ou responsáveis a importância de como promover o seu desenvolvimento saudável. A criança está organizando o self, desenvolvendo-se no aqui-e-agora, sua evolução é muito rápida, surgem muitos fenômenos e gestalts, o mundo para ela é objeto de exploração e a criança traz na sua essência a capacidade inata de auto-regular-se.

Finalmente, da junção destas duas linhas teóricas pode-se compreender que neste período de 0-2 anos, começo da vida, para que o desenvolvimento seja saudável é essencial permitir que a criança interaja com o meio, com outras crianças, receba afeto, cuidado, seja respeitada em seu limite de percepção, nas suas escolhas (quando, é claro, não significar perigo), receba apoio quando precisar, que tenha oportunidades de experiências de aprendizagem que estimulem o sistema sensório-afetivo-motor e desenvolva sua capacidade criativa. Buscando atividades, de momentos de brincadeira, com seu corpo, de contato, imitação e jogos simbólicos, a fim de que possam superar os conflitos de forma rápida e adquirir o auto-suporte para que se desenvolva com um self saudável.


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