terça-feira, dezembro 22, 2009

Impermanência


Tudo tem o seu tempo determinado
e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
Há tempo de nascer e tempo de morrer;
Tempo de chorar e tempo de rir;
Tempo de abraçar e tempo de afastar-se;
Tempo de amar e tempo de aborrecer;
Tempo de guerra e tempo de paz.
É tempo de morrer 2009 para que 2010 chegue.
Que venha a paz.





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quarta-feira, dezembro 16, 2009

O louco, enquanto espera o seu horário.....


O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos. Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim,somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.


Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal.
O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera.. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas.. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco. Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.
Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos...
Na última quarta-feira, estávamos:1. Eu2. Um crioulinho muito bem vestido,3. Um senhor de uns cinqüenta anos e4. Uma velha gorda.Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.
(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.
Ele ri, ..... ri muito, o meu psicanalista, e diz:
- O Ditinho é o nosso office-boy.
- O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
- E você, não vai ter alta tão cedo...

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segunda-feira, dezembro 07, 2009

Quero saber qual a sua dor



Não me importa o que você faz para sobreviver.
Quero saber qual a sua dor e se você tem coragem de
encontrar o que seu coração anseia.


Não me importa saber sua idade.
Quero saber se você se arriscaria parecer com um louco por amor,
pelos seus sonhos, pela aventura de estar vivo.


Não me importa saber quais planetas estão quadrando sua lua.
Quero saber se você tocou o âmago de sua tristeza,
se as traições da vida lhe ensinaram, ou se omitiu por medo de sofrer.


Quero saber se você consegue sentar-se com as dores, minhas ou suas, sem se mexer para escondê-las, diluí-las ou fixá-las.


Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se pode dançar com selvageria e deixar o êxtase preenchê-lo até o limite sem lembrar de suas limitações de ser humano.


Não me importa se a estória que você me conta é verdadeira. Quero saber se você é capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro para si mesmo, se pode suportar a acusação da
traição e não trair sua própria alma.


Quero saber se você pode ser fiel e consequentemente fidedigno.
Quero saber se você pode enxergar a beleza mesmo que não sejam bonitos todos os dias, e se pode perceber na sua vida a presença de Deus.


Quero saber se você pode viver com as falhas, suas e minhas, e ainda estar de pé na beira do lago e gritar para o prateado da lua cheia… ? Sim?!


Não me importa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se você pode levantar depois de uma noite de pesar e
desespero, exausto, e fazer o que tem de fazer para as crianças.


Não me importa saber quem você é, ou como veio parar aqui.
Quero saber se você estará ao meu lado no centro do fogo sem recuar.


Não me importa saber onde, o que, ou com quem você estudou.
Quero saber o que sustenta o seu interior quando todo o resto desaba.
Quero saber se você pode estar só consigo mesmo e se verdadeiramente gosta da companhia que carrega em seus momentos vazios.


Feliz caminhada a todos…
Desejo que encontrem a coragem e sabedoria
para serem verdadeiros consigo mesmos.

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domingo, outubro 25, 2009

Somos matéria-energia


Assim, aos meus olhos a matéria
Tem conotações divinas
Você e eu, Eu e Tu
Somos mais do que matéria morta;
Participando, existimos
Na real natureza do Buda.

O deus triplo é a máxima instância
Ele é o poder criativo
De toda a matéria universal.
A prima causa deste mundo.
Ele se estende na eternidade
E se expande, é infinito;
É onisciente, consciente
De tudo que há para saber.

E também a matéria é infinita,
O espaço de todos os espaços.
O nome do tempo é eternidade-
Se não cortarmos em pedaços
Sua parte restrita pelo relógio
Para medir sua duração.
Herdamos muitas aptidões
De ancestrais distantes
Matéria-mente como unidade
É organísmico de verdade.

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quinta-feira, outubro 01, 2009

Dedim de Prosa

O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranqüila.
Em silêncio. Sem dar conselhos.
Sem que digam: "Se eu fosse você..."
Rubem Alves


- Tardi, Dotô. - Boa tarde. Sente-se. - Careci não. Ficu di pé, memo. - Sente-se para eu poder examinar. - O Dotô é quem manda. - Mas fale-me. O que está acontecendo? - Ai, Dotô! Mi dá umas dor di veiz in quandu. - Que dor? - Aqui, óia. Nu estromagu. Beeem lá nu fundinhu.- Forte? - As veiz.. Trasveiz é anssim ó, di mansinhu.- E o que você faz? - Tem veiz que eu cantu. Trasveiz eu vô pra cunzinha fazê um bolu.- Tem outra dor?- Tenhu, sim, Dotô. Aqui, ó. Pertu dus óio.- E essa é forte?- Também é forte não. Quandu ela dá eu cunversu cas vizinhas i passa. - Outra?- Tenho sim senhô. Aqui. Anssim, nu meio das custela, pareci nu coração. Dá uns apertu aqui, ó.- E você faz o que?- Tem veiz qui eu choru. Trasveiz eu ficu anssim, muitu da queta pra vê si passa.- E passa?- As veiz. Trasveiz eu vô pra pracinha.. Lá eu sentu num bancu vê as criança brincá prá esperá passá..- Você mora com alguém?- Moru não, Dotô. Sô sunzinha nessi mundão di Deus.- Não tem família?- Aqui tenhu não. Minha famia é todinha du interiô du sertão, pertinhu de Urandi, lá quasi im Minas. I vim sunzinha pra Sum Paulu tentá a vida. - E você faz o que?- Óia, Dotô. Eu já fiz um cadinhu di tudu nessa vida. Já trabaiei numa firma di limpeza, já cuidei di criança. Já trabaiei numa casa di genti rica. Agora eu trabaio cuma mocinha qui mais viaja qui fica im casa. Ela avua num avião di dia i di noiti. Aí eu ficu sunzinha..- Você mora com ela?- Moru sim, Dotô. Ela dexa eu drumi num quartinhu lá nus fundu da casa. - Sabe cozinhar?- Oxa si não! Cunzinhu muitu du bem! Coisa mais simpres anssim i coisa mais di genti chiqui.- Gosta de crianças?- Ô, seu Dotô. É as criaturinha mais anjinha qui Deus botô nu mundu!- Qual o seu nome mesmo? - Óia, Dotô. Eu num gostu muitu, mas a modi agrada a santa, minha mainha botô Crara.- Dona Clara. Eu sei o que a senhora tem.- Comu anssim, si o Dotô nem incostô im mim?- O que a senhora tem Dona Clara, chama-se solidão e é a causadora de toda essa tristeza. - I issu mata, Dotô?

- Ás vezes, sim. Mas, no seu caso bastam amigos, alguns remédios e um pouco de carinho.. Dona Clara. Vai parecer estranho e nem eu mesmo entendo porque estou fazendo isso, mas minha esposa está grávida e nosso segundo filho é para o mês que vem. Já temos uma menina. E até hoje é minha esposa que cuida de tudo. Porém, com o bebê pequeno precisamos de alguém que cuide da casa. Que tal ficar conosco?- Oxa si não! Óia, Dotô. Nunca fizeram issu pur mim não. Vixe! Vai sê coisa muitu da boa ficá cum oceis. I careci di morá lá, Dotô?- Sim. Temos um quarto vago, no apartamento. Podemos tentar por uns meses.O que acha?- Dotô. É anssim como tê famia, né?- Quase.- Dotô. Eu num vô mais sê sunzinha. Vixe! Deus lhi pague, Dotô, a modi qui carinhu anssim, nem mainha mi dava.- Vamos testar. Combinado?- Cumbinadu. Dotô. Careci di eu fazê uma pregunta.. Eu num vô mais senti essas dor? - Vamos combinar uma coisa? O dia que sentir essa dor você me procura.- Prá modi du senhô mi inxaminá?- Não. Prá modi nóis trocá dois dedinhu di prosa.
* Mais de 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão.* A maioria dos pacientes deprimidos que não é tratada irá tentar suicídio pelo menos uma vez, e 17% deles conseguem se matar. Com o tratamento correto, 70% a 90% dos pacientes recuperam-se da depressão. * Aproximadamente 2/3 das pessoas com depressão não fazem tratamento e dos pacientes que procuram o clínico geral apenas 50% são diagnosticados corretamente.* Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde a depressão é mais comum no sexo feminino, afetando de 15% a 20% das mulheres e de 5% a 10% dos homens.
http://sandrapontes.com/?p=594

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quarta-feira, setembro 30, 2009

Escarafunchando Fritz: dentro e fora da lata do lixo

Preciso escrever sobre mim mesmo.
Eu sou meu laboratório.
A privacidade das suas experiências não é minha conhecida, exceto por revelações.
Não há ponte entre homem e homem.


Eu adivinho e imagino, empatizo e sei lá que mais.
Pois estranhos somos, e estranhos ficamos,
exceto algumas identidades em que eu e você nos juntamos.
Ou melhor ainda, onde você me toca e eu toco você,
quando a estranheza se faz familiar.

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quarta-feira, agosto 19, 2009

Saúde sempre


Para aprender a relaxar em todos os momentos da vida, principalmente no trabalho. Desenvolver a qualidade de vida produz saúde. http://oglobo.globo.com/saude/vivermelhor/info/relaxe/

Praticando diariamente os exercícios, juntamente com a respiração e a atenção, manteremos nossa saúde harmônica e fortalecida.

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sábado, agosto 08, 2009

Esquizofrenia


Clientes e amigos da Clínica, postamos aqui um precioso presente que a Rede Globo deu para todos nós, no programa da Ana Maria Braga, sobre esta patologia tão discriminada e que é tão desconhecida pela maioria das pessoas. Nossa gratidão a todos que contribuiram para este evento. http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1073147-7822-ESQUIZOFRENIA,00.html

Uma contribuição da Rede Globo, no programa da Ana Maria Braga. Muito bom.

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quarta-feira, julho 15, 2009

Emoções que causam doenças


Na tradição oriental, existem três fatores causadores de doença que são levados em conta: os fatores externos, os internos e os mistos. Os fatores externos se referem às seis influências climáticas perniciosas (Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Fogo). Os fatores mistos se referem ao estilo de vida (nutrição, ocupação, atividade física, relacionamentos, traumas, parasitas, etc.). E os fatores internos são as Cinco Emoções.

As Cinco Emoções
As Cinco Emoções identificadas pelos orientais como importantes fatores internos que desencadeiam as patologias são: Alegria, Raiva, Preocupação, Tristeza e Medo. Elas afetam as funções harmoniosas dos Órgãos e Vísceras, a formação de Substâncias Puras e o transporte delas através dos Canais de Energia para todas as partes do corpo, podendo assim desestabilizar o equilíbrio Yin-Yang do homem. Por representarem as modificações do Espírito em reação à percepção de mensagens transmitidas pelo ambiente, as Emoções não são patogênicas em si ou quando o quadro energético não dá condições ao desequilíbrio. Porém, em seguida a stress brutais, extremos, violentos ou muito prolongados essas Emoções, segundo a sua natureza, atuam de maneira oposta sobre a circulação da energia, obstruindo, produzindo excessos ou deficiências.
Influência no fluxo energético
O primeiro efeito do estresse emocional é afetar a circulação e a direção apropriada do Qi (Energia), sendo que cada emoção vai ter um efeito particular. Resumidamente:
Raiva (ressentimento, irritação, fúria, indignação, amargura): a agressividade é uma emoção necessária para a sobrevivência e a adaptação do homem, impulsionando a construção e o crescimento. Já a Raiva (ira) é uma manifestação extrema da agressividade que em vez de ajudar leva à desarmonia interna. A Raiva faz o Qi subir ou ficar contra-corrente, e vários sintomas e sinais aparecerão no corpo e nos órgãos.
Alegria (excitação excessiva, ansiedade, mania, excesso de estimulação mental): o significado de Alegria como uma causa de doença não se trata obviamente de um estado de contentamento saudável, antes, é um estado de excitação excessiva e ansiosa que pode gerar palpitações, insônia, inquietação, etc. A Alegria consome excessivamente e dispersa o Qi.
Preocupação (pensamento obsessivo): os pensamentos fixos levam à obsessão, às regras rígidas e à perda de flexibilidade. A preocupação prende e estagna a circulação de Qi. Os sintomas e sinais vão variar dependendo do órgão afetado. A mesma energia que nos dá capacidade de meditação e contemplação irá, se for excessiva e mal orientada, gerar pensamentos focados, “remoídos” e incessantes.Tristeza (pesar, dor, mágoa, melancolia): é uma emoção que permite entrar em contato consigo mesmo e elaborar a impermanência e mutação que é inerente à vida, não devendo ser considerada anormal. Já a tristeza profunda, prolongada ou desligada da realidade é problemática e pode levar a um estado depressivo. Ela esgota e torna o Qi deficiente, resultando na diminuição da respiração e da energia como um todo.
Medo (ansiedade, susto, terror, pânico): é considerado a emoção básica, e é necessário porque ajuda o homem a identificar perigos e a adaptar-se corretamente às situações. Ele modera a impulsividade, aumentando o tempo entre a intenção e a ação. Contudo, em situações de excesso o medo paralisa e faz o Qi descer. Torna a pessoa insegura, dependente e incapaz de realizar objetivos em longo prazo.
Equilibrando a mente
A harmonia das funções dos Órgãos e Vísceras e entre as Cinco Emoções a eles ligadas proporciona no homem a capacidade de responder ao meio ambiente de uma maneira equilibrada. Não devemos confundir nossa vida mental e espiritual com nossa vida emocional. É perfeitamente possível ser ativo e animado sem estar sobrecarregado de emoções excessivas que perturbam a mente e que podem, em certo tempo, resultar em doenças que irão se materializar também a nível físico.

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sábado, junho 27, 2009

Não crie resistência sentimental ao agora


Deixe que as coisas sejam como são. Ninguém tem uma vida livre de sofrimento e mágoa. Não é uma questão de aprender a viver com isso, em vez de tentar evitar?
A maior parte do sofrimento humano é desnecessária. Ele se forma sozinho, enquanto a mente superficial governa a nossa vida. O sofrimento que sentimos neste exato momento é sempre alguma forma de não-aceitação, uma forma de resistência inconsciente ao que é. No nível do pensamento, a resistência é uma forma de julgamento. No nível emocional, ela é uma forma de negatividade. O sofrimento varia de intensidade de acordo com o nosso grau de resistência ao momento atual, e isso, por sua vez, depende da intensidade com que nos identificamos com as nossas mentes. A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Por que a mente tem o hábito de negar ou resistir ao Agora? Porque ela não consegue funcionar e permanecer no controle sem que esteja associada ao tempo, tanto passado quanto futuro, e assim ela vê o atemporal Agora como algo ameaçador. Na verdade, o tempo e a mente são inseparáveis. Imagine a Terra sem a vida humana, habitada apenas por plantas e animais. Será que ainda haveria passado e futuro? Será que as perguntas "que horas são?" ou "que dia é hoje?" teriam algum sentido para um carvalho ou uma águia? Acho que eles ficariam intrigados e responderiam: "Claro que é agora. A hora é agora. O que mais existe?"
Não há dúvidas de que precisamos da mente e do tempo, mas, no momento, em que eles assumem o controle das nossas vidas, surgem os problemas, o sofrimento e a mágoa. Para ter certeza de que permanece no controle, a mente trabalha o tempo todo para esconder o momento presente com o passado e o futuro. Assim, a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, ficam encobertos pelo tempo e a nossa verdadeira natureza é obscurecida pela mente. Todos nós sofremos ao ignorar ou negar cada momento precioso ou reduzi-lo a um meio para alcançar algo no futuro, algo que só existe em nossas mentes, nunca na realidade. O tempo acumulado na mente humana encerra uma grande quantidade de sofrimento cuja origem está no passado.
Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de "criar" tempo? Tendo uma profunda consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre "sim" ao momento atual. O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga "sim" para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.
Às vezes, o momento atual é inaceitável, desagradável ou terrível.
As coisas são como são. Observe como a mente julga continuamente o comportamento, atribuindo nomes às coisas. Entenda como esse processo cria sofrimento e infelicidade. Ao observarmos o mecanismo da mente, escapamos dos padrões de resistência e podemos então permitir que o momento atual exista. Isso dará a você uma prova do estado de liberdade interior, o estado da verdadeira paz interior. Veja então o que acontece e parta para a ação, caso necessário ou possível.
Aceite, depois aja. O que quer que o momento atual contenha, aceite-o como uma escolha sua. Trabalhe sempre com ele, não contra. Torne-o um amigo e aliado, não seu inimigo. Isso transformará toda a sua vida, como por milagre.

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quarta-feira, maio 06, 2009

Ser psicólogo


Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar.

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domingo, maio 03, 2009

Escolhas

http://www.youtube.com/watch?v=MTYP_38F0HA&NR=1

Comercial da saúde

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O significado das doenças


Segundo a psicóloga Americana Louise L. Hay, todas as doenças que temos são criadas por nós. Afirma ela, que somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece no nosso organismo.


Todas as doenças têm origem num estado de não-perdão, diz a psicóloga Americana Louise L. Hay. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar.
Quando estamos empacados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais.
Pesar, tristeza, raiva e vingança são sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o ressentimento.
A seguir, você vai conhecer uma relação de algumas doenças e suas prováveis causas, elaboradas pela psicóloga Louise. Reflita, vale a pena tentar evitá-las:

DOENÇAS/CAUSAS:

AMIDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo.
APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.
ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.
ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.
ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.
BRONQUITE: Ambiente familiar inflamado. Gritos, discussões.
CÂNCER: Mágoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.
COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.
DERRAME: Resistência. Rejeição à vida.
DIABETES: Tristeza profunda.
DIARRÉIA: Medo, rejeição, fuga.
DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de auto-valorização.
DOR NOS JOELHOS: medo de recomeçar, medo de seguir em frente. Pessoas que procuram se apoiar nos outros.
ENXAQUECA: Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro(a).
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.
GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.
HEMORRÓIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.
HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.
INSÔNIA: Medo, culpa.
LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.
MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio.
NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido.
PELE (ACNE): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.
PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.
PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido.
PRESSÃO BAIXA: Falta de amor quando criança. Derrotismo.
PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.
PULMÕES: Medo de absorver a vida.
QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.
RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.
REUMATISMO: Sentir-se vitima. Falta de amor. Amargura.
RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição.
RINS: medo da crítica, do fracasso, desapontamento.
SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.
TIRÓIDE: Humilhação.
TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.
ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.
VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.

Curioso não? Por isso vamos tomar cuidado com os nossos sentimentos.Principalmente daqueles, que escondemos de nós mesmos.
Quem esconde os sentimentos, retarda o crescimento da Alma.
Remédios indicados: Auto-estima, Perdão, Amor

De todos os homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate.
Cada vez que vou a ele, toma novamente as minhas medidas.
Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho.
George Bernard Shaw

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quinta-feira, abril 30, 2009

SAÚDE MENTAL


Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.
Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.
Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.
Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito.
O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.
Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele.
Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.
Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou.
Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o rock pode ser tomado à vontade.
Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.
Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram. Autor: Rubem Alves

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quarta-feira, abril 08, 2009

AS DORES DA ALMA



“As dores da alma não saem no jornal e não viram capa de revista......
E só quem as sente pode avaliar o estrago que elas causam”.

“O ser-doente só pode ser compreendido a partir do modo de ser-sadio e da constituição fundamental do homem saudável, não perturbado, pois todo modo de ser-doente representa um aspecto privativo de determinado modo de ser-são.”

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sexta-feira, abril 03, 2009

A arte de não adoecer


Se não quiser adoecer...
...Fale de Seus Sentimentos.Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos “segredos”, nossos erros... O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia!

Se não quiser adoecer...
...Tome Decisões.
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer...
...Busque Soluções.
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer...
...Não Viva de Aparências.
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer...
...Aceite-se.
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável.Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer...
...Confie.
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer...
...Não Viva Sempre Triste.O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia!

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quarta-feira, abril 01, 2009

Psicologia Transpessoal


A Psicologia Transpessoal usa elementos de outras escolas de psicologia, tais como behaviorismo, psicanálise, psicologia analítica (Junguiana), psicologia humanista, e, especificamente estuda estados de consciência que transcendem a pessoa e o conceito do ego. Por isso a psicologia transpessoal pode ser definida como o estudo científico de estados de consciência.

O modelo de psicologia transpessoal é muito semelhante ao modelo quanta-relativístico da física moderna sub-atômica (veja: Matos, 1978), i.e., modelos que procuram apresentar um ponto de vista integrado da teoria de quantum e relatividade . Aqui o universo todo (matéria/energia) é uma entidade dinâmica em constante mudança num todo indivisível.
Neste contexto Capra (1975) diz:
"Na física moderna, o universo é então experienciado como um todo dinâmico e inseparável que sempre inclui o observador de uma maneira essencial. Nesta experiência os conceitos tradicionais de espaço e tempo, de objetos isolados, e causa e efeito, perdem o seu sentido."
O começo da ciência moderna foi precedido e acompanhado pelo desenvolvimento de um pensamento filosófico que levou o homem a uma formulação extrema do dualismo espírito/matéria. Reneé Descartes expressou o seu ponto de vista do universo como sendo dividido em dois reinos separados; o da mente (res cogitans) e o da matéria (res extensa). Este ponto de vista cartesiano levou os cientistas a compreenderem a matéria como algo morto e completamente separado de si mesmos (a "realidade objetiva científica"); e a compreender o universo como quase uma infinidade de objetos separados (Capra, 1975).
Tal ponto de vista mecanicista foi aceito por Isaac Newton que construiu a sua teoria mecânica baseado neste mesmo ponto de vista e fez dela o fundamento da física clássica. Esse ponto de vista cartesiano e newtoniano teve um tremendo impacto no pensamento e consciência ocidental. Então o homem começou a equacionar a sua identidade (isto é; aquele que ele pensava que era) com sua mente, com sua auto-imagem. Estes postulados filosóficos que levaram a formulação da física clássica são um produto da maneira como o ser humano experiencia a realidade num estado de consciência usual (Ordinary State of Consciousness).
REALIDADE
A realidade é experienciada diferentemente por cada indivíduo em momentos diferentes de sua própria existência.
Nós sabemos que a experiência da realidade, ou melhor, das realidades, depende de vários fatores, como, por exemplo, nosso condicionamento social, os estímulos de consciência que experienciamos em certos momentos de nossa vida.Num estado usual (ordinário) de consciência (OSC - Ordinary State of Consciousness) nós assimilamos e interpretamos as informações que nos são transmitidas pelos nossos sentidos em unidades de significância. Nós olhamos o mundo ao nosso redor e nossos olhos selecionam certas informações as quais "arquivamos" como um quadro parcial da realidade física. Nossos sentidos não são capazes de apreender o todo processual e dinâmico do nosso modo de existir , no nosso universo interno e externo. Nós vemos o mundo como composto de muitas coisas diferentes, as quais são separadas umas das outras por espaço; e consequentemente nos tornamos conscientes de um filme interior (produto do processo de re-cognição), de um mundo composto de objetos mais ou menos estáticos. Se eu olho, por exemplo, para o sólido e elegante edifício da Biblioteca Real da Dinamarca (Den Danske Kongelige Bibliotek) em Copenhague, estarei, de certa forma, experienciando aquela construção, formidável e sólida, como algo quase eterno. Eu, certamente, não pensarei na possibilidade de que aqueles materiais que compõem aquele edifício não estavam ali, naquele lugar, a quinhentos anos atrás, e nem tampouco chegarei a pensar que todos aqueles materiais compostos de moléculas e átomos estão em movimento e transformação constante. Eu não sou capaz de perceber este edifício se envelhecendo aqui e agora, mas, em realidade, em cada segundo, este edifício, aparentemente tão sólido e elegante, está em constante deteriorização; e mesmo que conservado e concertado muitas vezes, num tempo mais distante, aqueles materiais que hoje fazem este edifício, dispersados pelo vento do tempo, não mais estarão ali.
Este modo de perceber, que é uma conseqüência psicológica da dimensão cognitiva humana, faz com que, dificilmente, estejamos conscientes da transformação constante que acontece em nosso corpo agora e em cada momento desde o nascimento até a morte. Este modo específico de aprender a realidade, é, provavelmente, a causa principal pela qual conceptualizamos o universo de uma maneira dualística, criando, freqüentemente, rígidas separações entre eu e você, corpo e mente, vida e morte.
CONSEQUÊNCIAS DO DUALISMO
As conseqüências existenciais da maneira dualística, pela qual nos tornamos conscientes de nosso universo, refletem em nosso meio ambiente criando um espectro social de conseqüências bem interessantes. Este modo específico de se tornar consciente de algo, freqüentemente faz com que o indivíduo se sinta como um ego isolado, navegando num oceano mais ou menos perigoso; aonde ele tem que garantir para si mesmo estratégias específicas, para sobreviver numa sociedade específica. Seu objetivo, que é basicamente o mesmo objetivo, consciente ou inconsciente, de cada ser humano, será o de obter um estado de prazer e segurança num contexto físico, psicológico e social. Para atingir seus objetivos, mais próximos ou mais distantes, ele agirá (e reagirá!) com seu mundo social. É um fato lógico que ele agirá e reagirá com a vida de acordo com o modo pelo qual está consciente do universo. E, lidando com o universo fundamentado numa visão imprecisa (o modo pelo qual usualmente se é consciente do universo e de si mesmo) ele obterá resultados similares. Ele pode obter um estado de "felicidade" temporária mas sempre se sentirá, consciente ou inconscientemente, ameaçado pelo seu meio ambiente e pela possibilidade de perda, de ser mesmo ferido e eventualmente morrer.
Num contexto dualístico, o ser humano está vivendo em pelo menos dois mundos diferentes: um, é o meio físico da sua vida diária; e o outro, é o seu mundo conceitual, i.e., os seus pensamentos, cognição, re-cognição e o modo como organiza e percebe a quase infinidade de informações que ele recebe de seu universo interior e do universo ao redor de si mesmo. Neste caso, ele está criando uma realidade consensual, a qual ele entende e compreende em unidades de significância, num contexto linear de passado, presente e futuro.
A AUTO-IMAGEM
Parece que esta realidade criada, conceitualmente de separação rígida (eu e o mundo), começa naquele momento em que nascemos e somos anatômicamente separados de nossas mães; e, mais especificamente, quando nós aprendemos um sistema de código chamado linguagem. Uma das primeiras unidades de significância que nós aprendemos neste sistema de linguagem é o conceito do eu, ou ego para identificar este ego eu preciso separar e adicionar certas qualidades para ele. Desta forma, eu crio uma imagem de mim mesmo. Esta imagem não é realmente permanente e muda no curso da vida do indivíduo. Ali tem certos elementos que são mais ou menos constantes nesta imagem (ou identidade), tais como: o sexo, a qualidade de ser um ser humano, etc. Existem, na auto-imagem, outros atributos que podem variar com o tempo, como por exemplo: o status social e financeiro, sentimentos, qualidades pessoais e capacidades.
Desta maneira, o ser humano organiza e re-organiza a sua imagem acreditando saber quem ele é. Ele se identifica. E esta identidade aparece para ele, algumas vezes como sendo mui agradável e algumas vezes desagradável; tudo dependendo de como o futuro deveria ser (procurando eternizar ou programar o futuro de uma certa maneira). Ela tem expectativas e esperanças que as pessoas, ela mesma e situações se realizarão, mais ou menos, dentro daqueles padrões que ela pré-fabricou ou planejou. Quando o mundo não reage às fantasias que ela criou, de como as pessoas/situações deveriam ser, se sente frustrada e reprime estas situações desagradáveis. Desta forma, esta pessoa está guardando situações traumáticas como blocos de energia estática, ou, em outras palavras, está bloqueando ou armazenando dor.
Outras fontes de "dor armazenada", ou traumas, são situações que indivíduo experienciou desde sua vida pré e perinatal até todas as experiências no nível psicodinâmico, onde a pessoa não teve a possibilidade de preencher as suas necessidades naturais de desenvolvimento (proximidade e calor humano materno na primeira infância, condições físicas adequadas para um desenvolvimento fisiológico normal, segurança emocional proporcionada pelos pais e o seu ambiente em geral, estímulo intelectual apropriado, etc.).
As frustrações e situações traumáticas, as quais a pessoa não foi capaz de expressar, foram impressas na auto-imagem (ego), e mais tarde, eventualmente, reprimidas (esquecidas mas ainda bem vivas no subconsciente, como um filme com conotações emocionais dolorosas). Estas situações dolorosas, agora reprimidas e bloqueadas, podem aparecer como problemas mentais e/ou sintomas corporais tais como tensão, dor e mesmo doenças psicossomáticas.
Podemos dizer que a criação do ego (auto-imagem) é o ponto inicial da vida pessoal (de "persona" que em latim quer dizer: "máscara do ator") do ser humano. Quando o indivíduo transcende o ego (o qual é um conceito), ele/ela vivencia uma experiência transpessoal. Aqui poderíamos dizer que o indivíduo no nível pessoal ( como uma "persona") está experienciando uma realidade cartesiana/newtoniana; enquanto que, no nível transpessoal ele pode ser capaz de experienciar a realidade descrita pela física moderna atômica e sub-atômica.
Fritjof Capra, que fez pesquisa em física de alta-energia, na Universidade de Paris, na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e em várias outras universidades, começa seu famoso livro o Tao da Física, explicando como uma experiência transpessoal, o levou a descobrir experiencialmente as "verdades" da física moderna:
"Há cinco anos eu tive uma experiência muito bela a qual me colocou no caminho que acabaria por resultar neste livro. Eu estava sentado na praia, em uma tarde, já no fim do verão, e observava o movimento das ondas, sentindo ao mesmo tempo o ritmo de minha própria respiração. Nesse momento, subitamente, apercebi-me intensamente do ambiente que me cercava: este se me afigurava como se participasse de uma gigantesca dança cósmica. Como físico, eu sabia que a areia, as rochas, a água e o ar a meu redor eram feitos de moléculas e átomos em vibração e que tais moléculas e átomos, por seu turno consistiam em partículas que interagiam entre si através da criação e da destruição de outras partículas. Sabia, igualmente, que a atmosfera da Terra era permanentemente bombardeada por chuvas de "raios cósmicos", partículas de alta energia e que sofriam múltiplas colisões à medida que penetravam na atmosfera. Tudo isso me era familiar em razão de minha pesquisa em Física de alta energia; até aquele momento, porém, tudo isso me chegara apenas de gráficos, diagramas e teorias matemáticas. Sentado na praia, senti que minhas experiências anteriores adquiriam vida. Assim, "vi" cascatas de energia cósmicas provenientes do espaço exterior, cascatas nas quais, em pulsações rítmicas, partículas eram criadas e destruídas. "Vi" os átomos dos elementos - bem como aqueles pertencentes a meu próprio corpo - participarem desta dança cósmica de energia. Senti o seu ritmo e "ouvi" o seu som" (Capra, 1975).
Grof (1972), que trabalhou com pesquisa de drogas psicodélicas durante quase duas décadas, e que é um dos pioneiros do enfoque científico transpessoal no Ocidente, diz:
"A experiência transpessoal é então definida como uma experiência envolvendo uma expansão e extensão da consciência mais além dos limites usuais do ego e as limitações de tempo e espaço. No estado de consciência "normal", ou usual, o indivíduo experiencia a ele mesmo como existindo dentro dos limites de seu próprio corpo físico (a imagem do corpo) e a sua percepção do meio ambiente é restringida pela capacidade limitada de seus exteroceptores; ambas, as suas percepções internas e suas percepções do meio ambiente, são confinadas dentro dos limites de espaço-tempo. Em experiências psicodélicas transpessoais, uma ou mais destas limitações parecem ser transcendidas.Em alguns casos, o sujeito experiencia a perda dos limites usuais de seu ego, e sua consciência parece expandir para incluir outros indivíduos e elementos do mundo exterior. Em outros casos, ele continua experienciando sua própria identidade, mas num tempo diferente, e num contexto diferente. Ainda, em outros casos, o sujeito experiencia um desaparecimento total da identidade de seu ego e uma identificação total com a consciência de outra entidade. Finalmente, em uma categoria bem grande destas experiências psicodélicas transpessoais ( experiências arquetípicas, encontros com divindades pacíficas e raivosas, união com Deus, etc.), a consciência do sujeito parece abranger elementos que não têm nenhuma continuidade com sua identidade, os quais não podem ser considerados como simples derivados de suas experiências no mundo da realidade tri-dimensional."

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terça-feira, março 17, 2009

Mãe Desnecessária

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase e sempre soou-me estranha. Até agora. Agora que minha filha adolescente, aos quase 18 anos, começa a dar vôos-solo. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles
precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
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domingo, março 15, 2009

Equilíbrio humano


A alegria e a felicidade são os indicadores do equilíbrio da máquina humana, do mesmo modo que qualquer mudança no ruído familiar de um motor poderá indicar, ao ouvido de um mecânico experiente, que há algo de errado. A alegria interior, quase extática, é a condição normal do gênio. Qualquer falta dessa alegria desenvolve toxinas que destroem o corpo. O êxtase interior do espírito é a fonte secreta da eterna juventude e da força em qualquer ser humano. Aquele que o descobre compreende o significado da onipotência e da onisciência.

A energia elétrica que nos motiva não está, absolutamente, dentro do nosso corpo. Ela é parte da carga universal que flui através de nós vinda da Fonte Universal, com uma intensidade determinada pelos nossos desejos e pela nossa vontade.

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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Sobre Amar


Rubem Alves

"A boca fala do que está cheio o coração"
Esse é um ditado da sabedoria judaica que se encontra nas escrituras sagradas. Bem que poderia ser a explicação sumária daquilo que apsicanálise tenta fazer: ouvir o que a boca fala para chegar ao que o coração sente. Acontece comigo. Não estou sofrendo, mas vejo uma pessoa sofrer. Aí, eu sofro com ela. Ponho o outro dentro de mim. Esse é o sentido do amor: ter o outro dentro da gente. O apóstolo Paulo escreveu que posso dar tudo o que tenho aos pobres, mas, se me faltar o amor, nada serei, porque posso dar com as mãos sem que o coração sinta .

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